O caso Madalena Gordiano, descoberto pelo Fantástico da Rede Globo e que foi notícia em diversas partes do mundo, continua repercutindo.  Em reportagem do UOL, publicada neste domingo (03), auditores confirmaram as suspeitas iniciais de que a família que manteve a mulher por 38 anos em regime análogo à escravidão, também usou o dinheiro da pensão dela para bancar as despesas pessoais.

Em 2001, Madalena Gordiano se casou com Marino Lopes da Costa, tio de Valdirene Lopes da Costa que é esposa do professor Dalton Milagres Rigueira. Madalena recebe duas pensões desde 2003, quando o marido morreu aos 80 anos. O  casamento de Madalena e Marino, foi denunciado em 2008, mas o processo foi encerrado em 2015 por falta de provas. ( CLIQUE AQUI )

Segundo a reportagem do UOL, já sabendo da saúde debilitada de Marino, Maria das Graças teria organizado o casamento com Madalena para que o dinheiro da pensão pudesse pagar a faculdade de medicina da filha Vanessa Maria Milagres Rigueira, formada em 2007 pela Faculdade de Medicina de Petrópolis no Rio de Janeiro. Quando ela estava praticamente formada, Dalton recebeu uma proposta para dar aulas no Unipam e se mudou para Patos de Minas em 2006, trazendo Madalena.

No depoimento ao Ministério Público do Trabalho, do qual a reportagem do UOL teve acesso, Dalton declarou ter renda de R$ 10 mil como professor e mais R$ 1.300,00 com aluguéis de dois imóveis.  Segundo a reportagem, o professor ainda fez dois empréstimos no nome de Madalena no Banco do Brasil, com dívida restante de R$ 18,5mil. Segundo o MPT, as despesas da família são incompatíveis, sem a pensão de Madalena, já que possuem apartamento de quatro quartos, no centro de Patos de Minas, financiado com parcelas R$ 1,700,00 e paga faculdade de duas filhas, uma de medicina no valor de R$ 6,8 mil.

Dalton se defendeu dizendo que a irmã Vanessa ajuda a pagar a mensalidade da faculdade da filha. Ainda segundo a reportagem do UOL, a família de Dalton recorreu ao auxílio emergencial e teve três pedidos aceitos, mesmo com renda superior a R$ 1.300,00. Valdirene e as filhas Bianca e Raissa receberam cinco parcelas de R$ 600,00 e uma de R$ 300,00, totalizando R$ 3.300,00 para cada uma.

O caso continua sendo investigado. A defesa diz que não teve acesso aos autos e que a família está bastante abalada. Madalena está vivendo em um abrigo em Uberaba, recebendo apoio psicológico e social.