Os vereadores iniciaram uma nova fase de oitivas na Câmara Municipal de Patos de Minas na tarde desta terça-feira (19). O primeiro a ser ouvido foi o Gerente do Distrito Regional da Copasa, Saulo de Lima Bernardes. Ele disse que é funcionário da companhia há 28 anos e que participou das negociações do contrato da empresa com o município. O primeiro depoente disse que a empresa cumpre o contrato que foi firmado e que não há motivos para o rompimento do mesmo.

Questionado sobre o Rio Paranaíba, Saulo disse que a Copasa entende que as águas do rio são mais que suficientes para abastecer Patos de Minas. Perguntado se não havia um segundo plano, Saulo disse que o segundo plano seria a represa de Nova Ponte e até mesmo o Rio São Francisco. O Vereador José Eustáquio, relator da CPI, disse que os trabalhos já estão chegando ao fim e a população terá uma resposta em relação a CPI. O Vereador falou ainda que, como relator, fez perguntas técnicas e as respostas dos depoentes foram tendenciosas.

E o clima ficou tenso na Câmara Municipal. O vereador Mauri da JL entendeu que o diretor mentiu e pediu sua prisão. Segundo o Vereador Mauri, em vários pontos do depoimento o Gerente Regional Saulo de Lima mentiu. "É difícil eu dizer de cabeça porque ele mentiu várias vezes e não respondeu as perguntas adequadamente. É visível que ele faltou com a verdade e por isso eu requeri a prisão dele" disse o vereador. O setor jurídico da Câmara Municipal foi acionado e a oitiva foi suspensa para que haja uma apuração jurídica.

Os vereadores também apontaram que houve desobediência, já que documento solicitado pela CPI não foi apresentado. No caso de falso testemunho, a presidente da CPI, vereadora Elizabeth Nascimento, pediu que seja verificado judicialmente se as respostas do diretor são inverídicas, se isso ficar verificado, vai acatar o pedido de prisão. Segundo o Procurador da Câmara, André Franco, a decisão da presidência de não deferir a prisão de imediato foi acertada uma vez que a sessão teria que ser interrompida e viraria caso de polícia. "Agora nós vamos agir de forma judicial e vamos pedir ao juiz a prisão do depoente se confirmada as inverdades no depoimento.

O segundo depoimento foi do Engenheiro de Sistemas da Copasa, Júlio César. Na oportunidade ele convidou os vereadores para conhecer a estação de tratamento da Copasa e disse que as queixas em relação a falta de abastecimento de água são pontuais. Júlio também respondeu questionamentos em relação ao despejo de esgoto no Rio Paranaíba dentre outros assuntos referentes ao trabalho da Copasa em Patos de Minas.





Copasa repudia pedido de prisão de diretor

Em nota encaminhada à imprensa, a Copasa informou que está contribuindo com os trabalhos da CPI e repudiou o pedido de prisão do diretor Saulo Bernardes durante depoimento à Comissão na tarde dessa terça-feira (19). Veja a íntegra da nota:

“Pautando-se sempre na verdade, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) esclarece que tem colaborado com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Câmara Municipal de Patos de Minas, com absoluta lisura e transparência, prestando todas as informações que lhe são solicitadas. Por isso, a Copasa repudia o lamentável incidente ocorrido, hoje (19/10), durante o depoimento do gerente regional da empresa, Saulo Bernardes. A Companhia ressalta que não aceita atos que revelem abuso de autoridade perpetrados contra qualquer um dos seus funcionários e informa que adotará todas as medidas legais cabíveis quando isso vier a ocorrer.

A Copasa entende a importância da CPI e respeita o trabalho de todos os parlamentares patenses, mas é igualmente importante que os limites constitucionais e legais de poder e competência sejam estritamente observados, até para que não ensejem nulidade absoluta dos atos e responsabilização de seus autores, em conformidade, inclusive, quando aplicáveis, com os preceitos da Lei 13.859/2019”.