Chico da Costa e sua Viola modelo de queluz.
A bela viola do modelo de Queluz se confunde com a história de Chico da Costa. Se preferirem, podem chamá-lo de Chico Mineiro. Natural de Augusto de Lima, região do Norte de Minas - MG, viveu sua infância na zona rural, onde durante quatro anos, andava diariamente a uma distância de 12 quilômentros a pé todos os dias para conquistar o seu quarto ano primário na escola Estadual Mário de Lima, que atualmente é conhecida por Escola Estadual Afonso Soares de Freitas. Aposentado da Polícia Militar, Chico da Costa escolheu Patos de Minas para morar.

Hoje ele é 2º Tenente da reserva da PM e se orgulha em contar a história desta viola que conta um pouco de sua trajetória e família. De acordo com Chico, a mesma foi adquirida provavelmente no ano de 1938 pelo seu querido e saudoso pai, Gregório da Costa Duarte, lavrador, que não tocava o instrumento. Adquiriu a viola para agradar o seu sogro João Vieira Leite, que tocava as modinhas ‘Calango de Roda’, ‘Lundu’, ‘Maxixe’, ‘Cururu’ e o conhecido ‘Langa’, de origem portuguêsa, dos devotos de São Gonçalo do Amarante.

São testemunhas desta história, seu tio Nelson Vieira Leite 86 anos (BH), e o primo, Manoel Gomes de Lima, (Corínto – MG), eles afirmam que quando tinham de 6 a 8 anos de idade, lembram da referida Queluz nas mãos do vovô João Vieira. Setenta e cinco anos depois, após um trabalho de busca, Chico localizou a viola na comunidade de Marisa, município de Augusto de Lima – MG.

Ela estava em poder de um violeiro, conhecido por Alexandrino, em uma negociação amigável, Chico recebeu a viola de presente, e em contrapartida, Alexandrino ganhou uma viola Giannini. O instrumento foi levado para Patos de Minas, onde o grande artista, Lutiê Osvaldo da viola o restaurou. Franscisco da Costa Duarte Primo é músico credenciado pela OMB - Ordem dos Músicos do Brasil e residiu em Patos de Minas.


Chico e o Lutiê Osvaldo

Promove anualmente as comemorações do dia do músico, sempre na data 22 de novembro. É um grande divulgador da cultura sertaneja e recentemente esteve na cidade de Tiête-SP, juntamente com sua esposa e o primo, Chico da Costa, e na oportunidade, fizeram uma visita ao museu Cornélio Pires, onde foram recepcionados pela coordenadora de patrimônio, Miriam Toledo.

Pra quem quiser ouvir sua viola de Queluz ou sua dupla sertaneja, Rio Preto e Riachinho, basta entrar em contato com o email [email protected] ou ainda pelo telefone (38) 9961-1983. Esta viola, após 75 anos, retorna às mãos do Chico, que é filho do primeiro dono da Viola, Gregório da Costa. Uma caminhada histórica, a viola passou pelas mãos de 09 violeiros (Foliões),sendo eles Gregorio da Costa, Claudino de Sousa, Francisco Viana, Joao Martins, Vanderlei Pedra, Geraldo Pedra, Nilson Pedra, Augusto Brandão, Alexandrino Brandão e agora Chico da Costa, Todos Devotos da Folia de Santos Reis.

Esta viola teve uma missão altamente familiar, sendo executada no batizado da primeira neta do casal (Chico e Zélia), a Bela e queridíssima Maria Laura Gomide, em Patos de Minas – MG, data 01 de setembro de 2013.

Autor: Farley Rocha