Os produtores de soja de Minas Gerais têm até 31 de julho para comunicar ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a situação fitossanitária de sua propriedade rural, mediante preenchimento de questionário da declaração de conformidade disponível aqui . A medida é obrigatória, e o não cumprimento é passível de penalidades. A prorrogação é um pedido do setor produtivo diante do enfrentamento da pandemia. O vazio sanitário da soja segue até 15 de setembro em Minas.

O documento levanta dados principalmente das regiões do Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste, responsáveis por 70% de toda a produção da soja no estado. O cumprimento do vazio sanitário permite que o produtor se prepare para a próxima safra, viabilizando mais produtividade e renda ao seu negócio.

Nataniel Nogueira, gerente de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, lembra que dentre as informações declaradas estão a data de encerramento da safra, a área de cultivo do grão e a extensão da propriedade rural.

“Neste ano, prorrogamos novamente o prazo para melhor atender os sojicultores. Em 2020, as declarações de conformidade enviadas ao IMA confirmaram a colaboração e comprometimento do setor produtivo durante o manejo, atitude fundamental para o sucesso do vazio sanitário. Constatamos que a parceria é benéfica tanto para o setor produtivo como para o poder público”, avalia.

De acordo com Nogueira, em 2020 foram 813 declarações de conformidade, superando os 740 monitoramentos programados para serem realizados naquele ano.

“Declarar a conformidade do vazio significa que o sojicultor se comprometeu a erradicar as plantas em sua propriedade. Entendemos que o produtor é o único beneficiado com essa medida de caráter individual, mas também de alcance coletivo. Cada um é fiscal do outro e pode denunciar aqueles que deixam as plantas guaxas se desenvolverem na propriedade e prejudicarem os vizinhos”, alerta.

O vazio

No ano passado, o vazio sanitário da soja ganhou reforço da fiscalização remota. As ações presenciais não foram descartadas, já que podem ser realizadas mediante recebimento de denúncias.

Durante 77 dias do manejo iniciado em 1º de julho, ao constatar a presença de planta voluntária de soja (guaxa) na propriedade, o produtor deve providenciar imediatamente a erradicação. Não é permitido semear ou manter plantas vivas da cultura nas lavouras mineiras. O objetivo é evitar a ocorrência do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, principal praga que acomete a cultura. O manejo impede danos à plantação e pode evitar perdas econômicas aos produtores. Por prevenção, o vazio sanitário é realizado antes do plantio do grão.

No período em que vigora a medida, as propriedades ficam livres dos hospedeiros (plantas de soja), diminuindo a incidência de praga na próxima safra. Ao constatar a presença de planta voluntária de soja (guaxa) na propriedade, o produtor deve providenciar sua erradicação para evitar a sobrevivência do fungo que contamina a lavoura causando eventuais perdas econômicas.