Uma funcionária da Câmara Municipal de Lagoa Grande acusa o vereador Arlindo Brás, que é presidente do Legislativo, de assédio sexual. Ela procurou a Polícia Militar na tarde de sexta-feira (11) e denunciou que vem sendo importunada sexualmente pelo vereador há alguns meses e que decidiu denunciar depois que ele bateu em suas nádegas.

A mulher de 30 anos informou aos policiais que começou a trabalhar na Câmara de Lagoa Grande em fevereiro de 2021 e que vem sendo assediada há quase um ano. Segundo ela, o vereador Arlindo Brás, que tem 61 anos, já fez abordagens convidando-a para irem para motel, para pegar em seu órgão genital e chegou a oferecer R$ 1 mil.

A funcionária disse que ignorava as investidas do presidente da Câmara, uma vez que nunca havia ocorrido contato físico forçado. Até que nesta sexta-feira (11), quando limpava a sala do vereador Arlindo Brás, ele entrou e, aproveitando que ela estava de costas, desferiu um tapa em suas nádegas. A funcionária informou que ficou sem reação e que só conseguiu sair do local chorando.

Após relatar o fato para uma supervisora da Câmara, a funcionária contou para o marido e o casal decidiu procurar um advogado e registrar um boletim de ocorrência. A mulher afirmou que outras funcionárias da Câmara de Lagoa Grande podem ter sofrido importunação sexual, mas não denunciaram por causa do posto de comando que Arlindo Brás exerce como presidente da Câmara.

Após ouvir a vítima, os policiais militares fizeram contato com o presidente da Câmara, que já se encontrava em Patos de Minas. Segundo o boletim de ocorrência, Arlindo Brás negou as acusações, dizendo que nunca fez nenhuma proposta de cunho sexual à funcionária e que jamais tocou nela com ou sem o seu consentimento.

O vereador ainda acusou o marido da funcionária de ter ido até a Câmara armado. Testemunhas também afirmaram que o homem foi ao local armado, procurando por Arlindo. Segundo a Polícia Militar, imagens de câmeras de segurança mostram o presidente saindo em um carro e o marido da funcionária retirando algo da cintura e apontando para o veículo.

O marido da funcionária, que a acompanhava no momento do registro da ocorrência, confirmou que foi até à Camara e que poderia até ter partido pra cima dele se o encontrasse, mas negou que estivesse armado. O caso será encaminhado para a Polícia Civil dar prosseguimento às investigações.