A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (05/10), em Uberlândia/MG, a Operação Balada, com o objetivo de desarticular organização criminosa especializada no tráfico de drogas e de armas de grosso calibre e lavagem de dinheiro. Cerca de 850 Policiais federais cumpriram 247 mandados de prisão e 249 mandados de busca e apreensão.

Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Uberlândia. Também foram determinadas centenas de outras medidas cautelares, como sequestro de bens e bloqueio de contas correntes, nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo.

Balanço parcial divulgado pela Polícia Federal no final desta manhã mostra que a Operação resultou na prisão de 95 pessoas. Além disso, os policiais apreenderam 115 veículos diversos e aproximadamente R$ 850 mil em dinheiro. Também foram lavrados cinco flagrantes por posse de armas e drogas.

Investigações

Durante investigações, a Polícia Federal identificou uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas e de armas de grosso calibre e lavagem de dinheiro. Os policiais descobriram ainda que o grupo atuava no tráfico ilegal de armas de fogo de grosso calibre. No curso dos trabalhos, foi apreendido um carregamento de 08 fuzis e 14 pistolas, em março de 2020, na cidade de Uberlândia.

O armamento comercializado pelo grupo era adquirido no Mato Grosso do Sul, transportado para Uberlândia, e, posteriormente, destinado a grupos da região do Triângulo Mineiro, especializados no tráfico de drogas e roubos a banco, bem como a uma facção criminosa estabelecida no Rio de Janeiro/RJ. Os investigados utilizavam veículos especialmente preparados para o transporte das armas, com emprego de batedores durante os seus deslocamentos.

Para dissimular a origem criminosa do patrimônio acumulado, a organização criminosa utilizava um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, com a utilização de empresas de fachada e a aquisição de postos de combustíveis, hotéis, fazendas, imóveis, veículos e embarcações de luxo. Estima-se que mais de R$ 2 bilhões foram movimentados pelos investigados nos últimos dois anos. As contas bancárias e bens identificados foram bloqueados por determinação judicial, assim como aproximadamente uma centena de imóveis.

A operação foi batizada de BALADA pelo fato de os investigados ostentarem em redes sociais a organização de diversas festas de luxo, inclusive em outros países, realizando gastos elevados em tais eventos, com uso de iates e carros esportivos.