Os furtos de fios de cobre, que parecem crimes de menor potencial, tem causado inúmeros transtornos para a população. Além do prejuízo financeiro, a retirada dos cabos de energia deixa empresas, instituições e muitos consumidores sem serviços essenciais. O corte no fornecimento de energia prejudica até mesmo o abastecimento de água.

Segundo a Copasa, número crescente de registros de furtos de cabos de cobre próximo a unidades da Companhia tem impactado o abastecimento de água e o tratamento de esgoto em cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Só nos últimos seis meses foram oito ocorrências registradas em Frutal, Patos de Minas e Iturama que deixaram milhares de pessoas sem água em casa.

Só em Patos de Minas, cerca de 2 mil imóveis ficaram sem água devido ao furto de cabos que deixaram sem energia a Estação Elevatória de Água Tratada do município. E os transtornos causados por este tipo de crime não param por aí.

A Lagoa Grande, o principal cartão postal de Patos de Minas, ficou às escuras após seguidos furtos de cabos no local. Um casal chegou a ser preso ao ser flagrado por frequentadores da Lagoa Grande furtando os cabos. Eles foram conduzidos para a Delegacia de Plantão, mas foram liberados em pouco tempo.

Os furtos de cabos de energia ocorrem em locais públicos e também em imóveis particulares. As pessoas que cometem este tipo de crime, geralmente, são usuários de drogas que utilizam os fios furtados para a venda do cobre. Os chamados ferros velhos pagam em média R$ 15,00 pelo quilo de cobre.

Como este tipo de crime vem aumentando muito em diferentes regiões do país, as forças de segurança estão sendo desafiadas a buscar alternativas para resolver o problema. Uma das medidas é a investigação do destino dos fios e cabos furtados.

Estado de Minas

Assim como nas regiões do Triângulo e Alto Paranaíba, as ocorrências de furto de cabos têm crescido em todo o Estado. Nos últimos 12 meses, entre março de 2021 e março deste ano, a Copasa registrou 104 ocorrências de furtos de cabos de cobre de Minas Gerais, sendo a maior parte nas regiões metropolitana de Belo Horizonte, Central e Sul do Estado.

Segundo o gerente da Unidade de Controle Operacional da Copasa, Rodrigo Ferreira Coimbra e Silva, um levantamento feito pela empresa aponta para um crescimento de 28% na média de ocorrências mensais de furtos de cabos em 2022. “No ano passado, a gente tinha uma média de 9 furtos de cabos por mês e agora, neste início de ano, a gente está com uma média de 11,6 furtos de cabos por mês”, explicou.

Outros casos

Além da Copasa, outras empresas públicas e privadas têm sofrido com o furto de fios de cobre em Minas. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou que, entre 2019 e 2021, a empresa teve cerca de 20 quilômetros de cabos de cobre da sua rede subterrânea furtados no hipercentro de Belo Horizonte - causando um prejuízo financeiro de aproximadamente R$ 3,3 milhões.

O crime também impacta as empresas de telefonia. Segundo dados da Conexis Brasil Digital (que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade), em 2020, as operadoras registraram 201 mil de metros de cabos furtados ou roubados em Minas. Os dados de 2021 por Estado ainda não foram consolidados, mas até o primeiro semestre do ano passado, apontavam para um crescimento dos crimes em 14,5% a nível nacional.