O produtor rural e ex-vereador por Presidente Olegário, Antônio José Pereira, conhecido como "Tõe Juquinha" foi levado a julgamento em Patos de Minas nessa quarta-feira (01) por um homicídio ocorrido em 2015. Ele matou o funcionário de um posseiro que tinha arrendado sua fazenda e se recusava a sair. Tõe Juquinha, hoje com 85 anos, acabou sendo condenado.

O crime aconteceu no dia 17 de novembro de 2015 na Fazenda Onça, no município de Presidente Olegário. Antônio José Pereira matou Vanildo Soares Moreira, de 63 anos, com seis tiros, sendo três na cabeça. O crime foi motivado por um desacordo na ocupação de uma fazenda que pertence ao senhor Antônio.

A informação é de que o patrão de Vanildo havia arrendado as terras do senhor Antônio para plantar, mas estaria utilizando terras a mais do que o combinado. O caso foi parar na Justiça, mas mesmo com decisão favorável ao senhor Antônio, os arrendatários continuavam a ocupar a terra. Em meio às disputas, o senhor Antônio Juquinha acabou se revoltando e atirando e matando Vanildo.

O julgamento deveria ser realizado em Presidente Olegário, onde o crime aconteceu, mas a acusação pediu a transferência para Patos de Minas. Isso por que o senhor Antônio já foi vereador, secretário municipal, presidente do Sindicato Rural e membro ativo da igreja e de clubes de serviço, o que poderia influenciar os jurados de Presidente Olegário.


No Tribunal do Júri em Patos de Minas nessa quarta-feira, o embate entre defesa e acusação foi bastante longo. O Ministério Público e o assistente de acusação defenderam que o senhor Antônio Juquinha fosse condenado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por dificultar a defesa da vítima. “Ele atirou sem motivo algum, deu três tiros e depois, com a vítima caída, deu mais três disparos na cabeça”, reforçou a acusação.

A defesa do senhor Antônio José Pereira também reconheceu o crime, mas pediu a condenação por homicídio simples. “Infelizmente foi um infortúnio”, disse o advogado Luiz Felipe Borges. Depois de ouvir atentamente a acusação e defesa, inclusive com réplica e tréplica, os jurados decidiram pela condenação do senhor Antônio Juquinha, a 12 anos de prisão. Mas ele poderá recorrer em liberdade. A defesa já adiantou que vai recorrer.