O dono de um veículo que teve danos irreversíveis após um acidente em Patos de Minas está enfrentando uma situação nada fácil. Para começar, a Associação que protegia o veículo em caso de acidente não quitou todo o valor devido, mesmo após dois contratos. E para deixar a situação ainda mais danosa, o veículo vendido como sucata para um Ferro Velho em Patos de Minas, continua licenciado em Belo Horizonte em nome do segurado.

João Batista Ferreira entrou em contato com o Patos Hoje nessa segunda-feira (23). Ele encaminhou os dois contratos assinados por ele e pela AGE Brasil- Clube de Benefícios. Segundo os documentos, após um acidente ocorrido no dia 1º de janeiro de 2021, a Associação reconheceu que o carro sofreu danos que não poderiam ser consertados. Fotos da ocorrência policial mostram que o veículo realmente sofreu diversos danos.

Sendo o automóvel CR-V LX 2.0 16v Flexyone Auto Ano 2009/2009 “segurado”, João Batista procurou pela Associação para receber os valores do veículo, quando foi ordenado que pagasse a franquia de cerca de R$ 1850,00 para que a associação repassasse o valor de 37.066,00. No entanto, o pagamento não aconteceu e eles tiveram que fazer um acordo aditivo. Dessa vez, o valor foi de R$39 mil, em 3 parcelas. Porém, mais uma vez, segundo ele, o prazo venceu e até o momento não houve a quitação total do valor. “Uma situação muito estranha que percebi é que maior parte do valor que recebi, veio de uma empresa de BH e não da própria AGE”, disse.

No contrato assinado pelos envolvidos foi reconhecido que o veículo havia sofrido danos irreversíveis. Contudo, em consulta ao site do Detran, foi constatado que o veículo que era de Patos de Minas foi licenciado no dia 08 de fevereiro deste ano em Belo Horizonte. Para deixar a situação ainda mais absurda, o veículo continua em nome de João Batista, sendo que ele nunca teria ido até BH para fazer a transferência. Para comprovar esta situação, João Batista disse que, na CNH Digital, mostra que o automóvel continua em seu nome. A suspeita do proprietário do automóvel é que, após a venda como sucata, o veículo tenha sido reformado e revendido para terceiro, deixando a situação ainda mais grave. Ele continua lutando para receber o dinheiro e retirar o carro do seu nome. “Ingressei na justiça para receber todo o valor, incluindo a multa de 10% que foi estipulada no contrato devido ao descumprimento”, contou.

O Patos Hoje entrou em contato com Henrique Oliveira, responsável comercial pela AGE, e ele confirmou que o veículo foi vendido como sucata para um Ferro Velho de Patos de Minas. Com relação à quitação do valor, ele contou que está no estatuto que a associação tem 90 dias para quitar o débito, sendo que, após isso, também pode haver o parcelamento. “Isso foi informado para João Batista”, disse. Henrique também informou que já quitou 50% do valor do carro e só não pagou o restante porque foi surpreendido com uma ação judicial. No entanto, ele contou que o restante do débito vai ser quitado em setembro. Segundo o responsável pela empresa, não havia atraso no que havia sido ajustado. “Estamos em Patos de Minas há 5 anos e não temos intenção de prejudicar ninguém”, concluiu.