A Comissão Processante que apura a denúncia de "compra de votos" contra o Vereador Lázaro Borges se reuniu pela primeira vez nesta sexta-feira (22) para investigar a situação. O primeiro a ser ouvido foi o denunciante. O vereador Lázaro Borges também está no plenário acompanhado de advogado.

O líder comunitário, Francisco Gonçalves de Andrade, conhecido como Senhor Chiquinho, disse que não recebeu nenhum valor do vereador durante a campanha, mas lhe foi oferecido o cargo de motorista particular por um salário mínimo mensal, caso Lázaro Borges vencesse as eleições. Durante depoimento, ele chega a dizer que chorou após receber o resultado. Depois disso, a situação mudou com ele. O líder comunitário reforçou que foi enganado e assinou os documentos sem ver as datas porque Lázaro Borges não o deixou ver.

O vereador Lázaro Borges é o próximo a ser ouvido. O parlamentar afirmou que nunca o contratou e nunca lhe ofereceu nada, mas afirmou que realmente assinou sua carteira em abril deste ano. O vereador explicou que o senhor Francisco esteve em seu gabinete por diversas vezes pedindo emprego devido estar com uma filha doente, por isso assinou sua carteira. O parlamentar também negou que tenha havido acordos durante a campanha eleitoral, informou que a assinatura da contratação e demissão aconteceram em datas diferentes e que todos os contracheques assinados estão com o senhor Francisco.

Foram ouvidas 4 testemunhas da defesa de Lázaro Borges nesta audiência, o Senhor Clemente, os assessores do vereador, Carlos Augusto de Oliveira e Carla Cristina Souza e o advogado, Ronaldo Rosa da Costa. Eles negaram a ocorrência de qualquer ajuste que configure compra de votos. De acordo com o presidente da Comissão Daniel Gomes Amorim, com relação às testemunhas da acusação, elas não foram ouvidas nesse momento, porque foram indicadas fora do prazo, por isso a justiça indeferiu a oitiva.


Novas pessoas foram apontadas para serem ouvidas na próxima audiência. Os vereadores perceberam diversos pontos que precisam ser esclarecidos. O vereador-relator, Gladston Gabriel, preferiu não colocar juízo de valor, dizendo que o trabalho vai ocorrer de forma imparcial. A vereadora Elizabeth Nascimento chegou a dizer que houve um "abismo" entre o que foi informado pelo denunciante e o acusado.