Comerciantes de Patos de Minas foram até a porta da Prefeitura Municipal, no início da tarde desta quinta-feira (04), protestar contra o fechamento das atividades comerciais. O Prefeito Luís Eduardo Falcão chegou a usar o megafone dos comerciantes para rebater as críticas. Com faixas e gritos de ordem, os comerciantes cobraram a reabertura dos comércios. O prefeito se exaltou durante o protesto e chegou a jogar a máscara e documentos no chão. A Polícia Militar precisou ser chamada para dispersar os comerciantes.

Com faixas e gritos de ordem, parte dos trabalhadores do comércio patense chegou a sede da cidade administrativa por volta de 13h00. O protesto foi agendando e divulgado em redes sociais. Cerca de 50 comerciantes participaram do protesto que começou pacífico, mas ficou fora de controle. Eles cobraram a reabertura das atividades que foram fechadas em uma deliberação do Governador Estadual Romeu Zema, nessa quarta-feira (03).

Em certo momento, um dos comerciantes se exaltou e passou a propor medidas para evitar a disseminação do coronavírus e até a cura da Covid-19. Ele chegou a indicar medicamentos que não possuem evidência e que já estavam disponíveis na rede de saúde para tratar os pacientes. Eles chegaram a citar a cidade de Búzios no Rio De Janeiro que zerou os casos de Covid-19 recentemente. Falcão foi bem enfático e duro na resposta. “Em búzios não teve tratamento precoce, o que houve foi diagnóstico precoce, ou seja, triagem” disse ele.

Eu estou aberto a contratar. Os médicos que agitam a rede social aí estão à disposição? Vão lá salvar vidas, vai lá entubar paciente, vai dar notícia ruim para as famílias, ficar nervosinho na rede social não adianta nada".

Luís Eduardo Falcão - Prefeito de Patos de Minas

Falcão foi duro ao rebater as prescrições médicas e tratamento precoce. “Eu estou aberto a contratar. Os médicos que agitam a rede social aí estão à disposição? Vão lá salvar vidas, vai lá entubar paciente, vai dar notícia ruim para as famílias, ficar nervosinho na rede social não adianta nada”, disse o Prefeito. Com gritos de "Queremos trabalhar", os comerciantes destacaram as contas que possuem para pagar e que não irão conseguir caso permaneçam fechados. Eles chegaram a dizer que terão que demitir funcionários e as pessoas morrerão de fome e depressão se não puderem trabalhar.

Falcão ressaltou que iria aliviar as medidas na próxima segunda-feira (08). Ainda falando para os lojistas, Falcão disse que está estudando medidas para auxiliar os empresários do setor. Ele também prometeu cobrar o do governador Romeu Zema para que a Copasa e a Cemig interrompam os cortes no fornecimento de água e energia por falta de pagamento.

Bastante exaltado, o Prefeito Falcão rebateu as críticas dizendo que a situação é muito pior do que a vivida no ano passado. No entanto, ele disse que iria flexibilizar as restrições, mas isso não foi possível devido à intervenção do Governo Estadual decretando a Onda Roxa. Ao final, o Prefeito Falcão retirou a máscara do rosto, jogou documentos que estavam em sua mão ao solo e adentrou a Prefeitura. "Se quiserem conversar, formem uma comissão com 3 representantes", disse virando as costas.