Os funcionários da Viação Pássaro Branco, concessionária do transporte público urbano de Patos de Minas, ameaçam entrar em greve. Eles cobram o pagamento do “Vale" (um benefício extra mensal incorporado ao salário em convenção coletiva) que está atrasado. A empresa reconhece o atraso e alega dificuldades financeiras impostas pela pandemia e falta de correção na planilha de remuneração do serviço.

O pagamento do benefício era para ter sido feito no dia 18 de abril. O chamado “vale” representa cerca de 40% do salário dos funcionários da Pássaro Branco. Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano informou que a categoria estabeleceu prazo até o 5º dia útil de maio para que o benefício seja quitado. Após esta data, uma nova assembleia será realizada, com possibilidade de paralisação dos serviços.

“Sendo assim, esperamos que esta conceituada empresa possa resolver esse impasse o mais rápido possível, visto que todos os colaboradores necessitam do pagamento para honrarem seus compromissos e para manterem o próprio sustento de suas famílias”, diz a nota assinada por João Geraldo Lopes – presidente do SINTRURB.

A direção da Pássaro Branco também emitiu nota explicando a situação. A empresa confirmou que existe um pequeno atraso no pagamento do benefício referente ao mês de abril e destacou as dificuldades financeiras impostas pela pandemia da Covid-19, que provocou uma forte redução no número de passageiros e também pela defasagem na planilha de custo, que segundo a empresa não é reajustada desde 2018.

Na nota, a Pássaro Branco destaca ainda que a questão foi apresentada à Prefeitura de Patos de Minas e ao Ministério Público para que sejam tomadas medidas em conjunto no sentido de garantir o pagamento dos salários dos funcionários e também a manutenção do transporte público para a população.

Confira a íntegra da nota de esclarecimento da Pássaro Branco:

“Sobre a reunião realizada pelos colaboradores da Viação Pássaro Branco Ltda, na data do dia 28/04 (quarta-feira), para discutir a questão do pequeno atraso salarial esclarecemos que:

1 – Respeitamos o legítimo direito de reunião, discussão e manifestação dos colaboradores;

2 – Lamentamos, profundamente, o pequeno atraso no pagamento do adiantamento dos salários do mês de abril de 2021;

3 – Infelizmente, somos mais uma das muitas empresas do setor de transporte coletivo de passageiros fortemente impactadas pelos reflexos da pandemia do Coronavírus (Covid-19), em especial a partir de março de 2020, com a perda abrupta de passageiros e de receitas;

4 – Registramos, ainda, que o último cálculo da planilha de custos efetuado pelo Município de Patos de Minas foi em janeiro de 2018 e, nesse período, além de nunca ter sido fixada a tarifa no valor apurado pelos estudos técnicos, gerando significativa defasagem tarifária, inúmeros foram os aumentos dos custos, principalmente nos combustíveis e na mão de obra, impondo desequilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão.

5 – Enfatizamos que todas essas questões já foram levadas ao conhecimento do Município de Patos de Minas (Poder Concedente), do Ministério Público Estadual e do Sindicato representante da categoria;

6 – Estamos aguardando o avanço das tratativas com referidos órgãos e esperamos, o mais breve possível resolver a questão, conjuntamente,  e, por consequência, garantir o pagamento pontual dos salários de nossos colaboradores e a manutenção da prestação do serviço da adequado à população Patense, como sempre o fizemos na nossa história”.