Maria Ferreira Guimarães ou simplesmente dona Mariazinha, a mulher que na década de 50 lutou para levar educação aos moradores da localidade de Aragão, continua viva na memória dos familiares e amigos. Esta semana, eles decidiram prestar uma singela homenagem e lembrar a importância da dona Mariazinha para a sociedade patense.

A ideia foi do Genro, o tenente Primo. Ele chamou os amigos violeiros, familiares e foi até a Fazenda Aragão relembrar os feitos da dona Mariazinha do Divino Caetano como era conhecida. Ela criou 14 filhos, três adotivos e não mediu esforços para levar centenas de crianças para receber educação em sua propriedade rural.

O ano era 1955. Preocupada com o futuro das crianças da comunidade de Aragão, Mariazinha montou no cavalo e foi até o prefeito da época Genésio Garcia propor a criação de uma escola.  Foi assim que nasceu a Escola Rural Mixta Osório Furtado, que oferecia aulas do 1º ao 3º ano. Mariazinha se dedicava, cuidava até da merenda e chegou a ter mais de 110 alunos em um ano.

“Minha mãe foi uma senhora que não tinha maldade hora nenhuma. Todo mundo que chegava aqui era bem recebido, ela tratava de maneira igual. Tanto pobre, o rico, o preto, branco, tudo pra ela era gente e era tratado da mesma maneira. É justo o que estão fazendo pra ela”, disse a filha Lourdes.

A filha Zélia lembrou as centenas de pessoas que aprenderam a ler e a escrever através da Escola criada pela mãe. “Muitos vizinhos que não tinham condições de ir para cidade, minha abrigou aqui. Mas Deus já a levou. Então que ela receba lá no céu esta homenagem que nos estamos fazendo pra ela aqui. É de coração”, disse ela.

Se estivesse viva, Dona Mariazinha estaria completando 101 anos. Tenente Primo, que idealizou a homenagem, disse que a sogra merece esse reconhecimento por tudo que fez pela família, pelos vizinhos e pela sociedade.