Quem não se lembra do caso Luiza Borja? Agredida, estuprada e ameaçada quando tinha apenas 11 anos, ela criou coragem e, depois de longos anos de sofrimento, decidiu denunciar. O caso revelado no Patos Hoje teve grande repercussão em meados do ano passado, inclusive com a realização de protestos na cidade.

Mais de um ano após a denúncia, a Justiça mandou prender o acusado de ter cometido o crime. O mandado de prisão foi expedido nesta quarta-feira (25) pela Primeira Vara Criminal e da Infância e Juventude da Comarca de Patos de Minas após decisão condenatória. A Justiça não concedeu ao réu o direito de recorrer em liberdade.

O mandado de prisão foi cumprido imediatamente pela Polícia Militar. A prisão foi feita pela guarnição comandada pelo sargento Alair. O acusado de estuprar a garota estava em casa no bairro Aurélio Caixeta e, segundo o policial, não resistiu à prisão. O homem, hoje com 50 anos, foi levado para a Delegacia de Plantão e, posteriormente para o Presídio de Patrocínio.



A defesa do acusado se mostrou indignada com o mandado de prisão e afirmou que o homem é inocente. Ele nega ter cometido os abusos.

O caso

Em julho do ano passado, Luiza Borja criou coragem para contar o drama que tinha vivido na infância, mais precisamente 8 anos antes. Em entrevista ao Patos Hoje, ela contou que seguia da casa de uma de avó para a casa da outra avó no bairro Vila Garcia quando foi abordada pelo homem. Ela tinha só 11 anos e foi obrigada a entrar na casa dele.

Luiza revelou que foi jogada ao chão, agredida e estuprada pelo homem que acaba de ser preso. A jovem disse que teve medo das ameaças feitas por ele e por isso não teve coragem de contar nada na época. Aquele dia mudou para sempre a vida de Luiza, que era muito tranquilo e se transformou em uma menina arredia e agressiva.

Depois de anos convivendo com a dor e a angustia, sendo obrigada a passar por tratamentos psicológicos, ela decidiu denunciar. Ao criar coragem para falar sobre o caso, Luiza disse que queria ajudar outras pessoas que sofreram o mesmo tipo de abuso. O alívio, no entanto, foi para ela mesma.  Luiza disse que tirou um peso das costas.