O Tribunal do Júri se reuniu na tarde desta terça-feira (21) para julgar Marcos Vieira Ribeiro dos Santos acusado de matar Gilson Martins, na época com 55 anos, dentro do Presídio de Patos de Minas, no dia 13 de março de 2022. A princípio, a situação fazia crer ser um suicídio. No entanto, as investigações indicaram que a vítima foi morta por enforcamento. Seis pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público. O assassinato teria sido a mando do PCC- Primeiro Comando da Capital.  Marcos foi condenado a mais de 11 anos de reclusão.

De acordo com a denúncia, Marcos teria sido o responsável por dar um mata-leão na vítima dentro da cela. Em seguida, outros detentos teriam amarrado um lençol no pescoço de Gilson e cada um puxou de um lado, levando a vítima a óbito por asfixia. Os acusados chegaram a alterar a cena do crime, tentando passar a situação como suicídio. No entanto, a perícia técnica da Polícia Civil verificou com clareza que seria na verdade um homicídio. Havia sangue em outras partes da cela e sinais no pescoço da vítima que apontavam para o crime.

Após isso, com as investigações e depoimentos, ficou verificado que Gilson havia sido transferido de Patrocínio por estar condenado à morte pelo PCC daquela cidade. Ficou constatado também que, quando foi morto, Gilson estava em uma cela junto com outros indivíduos envolvidos em crimes sexuais, o que teria sido o motivo para a determinação da morte. Assim, para ter algum benefício junto à organização criminosa ou recebendo alguma promessa, Marcos e os outros cinco denunciados teriam sido então cooptados pela célula criminosa para cometer o assassinado.

Marcos foi denunciado por homicídio triplamente qualificado, sendo por recursos que dificultaram a defesa da vítima, por promessa de algum benefício e por asfixia. As investigações apontaram que a ordem da morte veio de fora do Presídio. O Delegado Luís Mauro Sampaio, um dos ouvidos durante o julgamento, explicou que a organização criminosa está presente em Patos de Minas e vem cooptando jovens para a célula criminosa, inclusive com matrícula, para promover o tribunal do crime, não aceitando envolvidos acusados de crimes sexuais, o que já foi motivo para homicídios na cidade.

Ao final dos debates entre acusação e defesa, os jurados condenaram Marcos pelo homicídio e a pena foi fixada pelo Juiz de Direito Vinícius de Ávila Leite em 11 anos e 3 meses de reclusão. O julgamento dos demais envolvidos ainda deve ser marcado.