O acolhimento a uma mãe com uma criança de colo que pedia ajuda em Patos de Minas virou caso de polícia nesta quinta-feira (14). Tanto a moradora que acolheu a mãe e a filha, quanto a Associação Dormir Sem Fome denunciaram que a mulher de 37 anos na verdade estava aplicando um golpe. A suspeita negou qualquer crime e disse que estava realmente precisando de ajuda. A Polícia Militar registrou a ocorrência por estelionato, mas ela não foi presa.

De acordo com o vice-presidente da Associação Dormir Sem Fome, Cristiano José Magalhães, recebeu um pedido de ajuda de caráter emergencial e, como envolvia criança, acabou passando na frente o caso e ajudou, conseguindo alimentos e doações via pix que se reverteram em produtos para a suspeita. Segundo ele, depois que tudo foi resolvido, a Associação, como faz com todos os casos, passou a investigar a situação e percebeu que não era bem aquilo que ela havia dito.


Cristiano informou que ela estava sob apoio de outro programa, o que não havia sido informado. “Fui recebido de forma estranha por ela, não podia ir até a ela. Ela falou que estava com problema psicológico, mas não apresentava qualquer abalo. Ela tinha também mais do que o necessário para viver, além de que houve denúncias de vários outros estados dizendo que ela era golpista”, afirmou acrescentando que não admite oportunismo. A Polícia Militar foi acionada e registrou a ocorrência por estelionato. Como ela estava fora do flagrante, acabou não sendo presa. A mulher negou que tenha praticado qualquer crime.

A situação ficou bem complicada também para a moradora no Bairro Novo Horizonte que a acolheu com a criança. Dieine Gomes Silva alugou um quarto de sua casa para que ela ficasse, no entanto, ao perceber a série de mentiras, já não a queria mais no imóvel. Contudo, a dona de casa não pretendia devolver o valor de R$ 400,00 que havia recebido para o aluguel. Diene contou que agiu com o coração para acolher a mãe e a filha na semana santa e acabou sendo vítima de estelionato.


A Polícia Militar preferiu não gravar entrevista. Também não foi possível descobrir se ela possui ou não passagens policiais nos outros estados. Ela negou que tenha cometido crimes em outros estados. Porém, foi possível apurar, junto ao TJMG, que o pai de outra filha dela, também menor, já havia ingressado na justiça em 2019 informando que ela estava usando a filha para pedir doações pelo Facebook e ainda fazendo chantagens e ameaça a ele.