Júnio José teve que ser atendido descalço apenas porque calçava uma botina de bico de aço.

Reportagem atualizada às 18h53 desta terça-feira (08) para incluir o posicionamento da Caixa Econômica

Um profissional de laminação de fibra de vidro e pintura em Patos de Minas teve que passar por uma situação constrangedora na tarde desta terça-feira (08) em Patos de Minas. Aproveitando o horário de almoço para ir até a Caixa Econômica, Júnio José Borges Barbosa teve que ser atendido descalço apenas porque calçava uma botina de bico de aço. Ele procurou a Polícia Militar e vai ingressar na justiça.

O profissional contou que precisava resolver um problema pontual, tentou pelo 0800, mas o serviço estava indisponível. Nesta terça, ele foi primeiro na Agência da Caixa Econômica da Rua José Reis, em frente ao Pronto Socorro do Hospital Regional, por onde passou normalmente pela porta giratória. No entanto, não conseguiu resolver sua situação e acabou indo até a Agência 0142 na Rua Olegário Maciel, onde aconteceu a situação vexatória.

Ele contou que a agência estava lotada. Ele retirou tudo que pudesse ser barrado e tentou entrar. Foi barrado. Segundo ele, até mesmo o sistema detectou que o problema era mesmo a botina. Com isso, ele então retirou o calçado e conseguiu entrar normalmente, mostrando que o problema era mesmo as botinas. Mas daí, veio a decepção ainda maior. Ele pediu para calçá-las novamente e o vigilante recusou, dizendo que ele deveria ser atendido descalço. “Não é possível que eles acharam que eu iria assaltar a agência com as botinas”, desabafou.

Júnio José procurou a Justiça Federal e vai ingressar com ação de reparação de danos. Ele também foi até o Posto da Polícia Militar e registrou uma ocorrência para comprovar a situação constrangedora. E esta não foi a única. De acordo com o Cabo Kaio, nessa segunda-feira (06), outro correntista o procurou para registrar uma ocorrência por esta mesma razão. “Ele se mostrava bastante depressivo com o constrangimento, chegando a dizer que não queria viver mais”, informou.

De acordo com o Gerente da Caixa Econômica, Domingos Sávio, a Caixa não obriga nenhum cliente a tirar botina para entrar, os vigilantes não tocam neste assunto. Portanto, a alegação que ele foi obrigado a tirar a botina não é verdade. Existe, inclusive, um aviso pregado ao lado da porta, que foi enviado para o Patos Hoje, que a botina com biqueira trava a porta e que este tipo de material só pode ser usado no local de serviço.

Ainda segundo Domingos, por certo, como ele sabia que era a botina que travou a porta, então por livre e espontânea vontade tirou a mesma e entrou. E a botina ficou lá fora, não existe como sair e colocar a botina e entrar (a porta vai travar) e os vigilantes não podem fazer revista nas pessoas. Estas orientações tem inclusive respaldo da polícia federal. Não há exceções, pois uma arma pode ser colocada dentro da botina.