A reunião aconteceu na tarde desta terça-feira no MPF.

O Ministério Público Federal-MPF- realizou na tarde desta terça-feira (12) em Patos de Minas uma reunião para tentar uma solução para o mau cheiro no Residencial Quebec. Centenas de famílias estão sendo afetadas pelo mau cheiro. Além de todo o problema social para as pessoas, o mau cheiro que chega a ser insuportável tem causado danos à saúde dos moradores.

A reunião foi proposta pela procuradora do MPF, Polyana Washington de Paiva Jeha, tendo participado representantes dos moradores, da Copasa, da Caixa Econômica e da empresa que edificou as moradias. No entanto, após mais de duas horas de negociação, não houve um consenso e a promotora adiantou que vai ingressar na justiça.

Polyana Jeha explicou que, em uma análise preliminar, foi identificada a relação do mau cheiro com a Estação de Tratamento de Esgoto-ETE- da Copasa. Porém, toda a documentação da ETE está legal e a estação é anterior à construção das moradias. Por isso, a ação será proposta contra a Caixa Econômica e contra a empresa construtora dos imóveis.

Como os moradores estão tendo problemas de saúde, a procuradora pediu aos moradores para juntarem os prontuários médicos e tudo que vem passando para comprovarem os danos. Eles também devem anotar os horários de maior intensidade do mau cheiro. Para os moradores que estiverem sendo mais afetados pode até ser pedida a remoção do local, além de indenizações.

De acordo com a procuradora, uma perícia técnica vai detalhar se há medidas tecnológicas capazes de solucionar o problema. Neste caso, tudo deverá ser pago pela Caixa e pela empresa que construiu os imóveis. Neste documento pode ser verificado também se houve alguma situação irregular da ETE e até mesmo da Prefeitura Municipal de Patos de Minas.

Com relação aos moradores de outros bairros que estão sendo afetados pelo mau cheiro, a procuradora entende que as medidas tecnológicas que deverão ser implementadas na ETE poderão contribuir para a solução. Os representantes da construtora, da Copasa e da Caixa Econômica Federal não quiseram gravar entrevista.

Representando os moradores, Ana Cláudia Xavier e Áquila Lorainy da Silva concederam entrevista e voltaram a ressaltar todos os danos que vêm enfrentando, destacando que, apesar de não haver acordo, a reunião foi considerada satisfatória. Os moradores estão sofrendo com insetos, dores de cabeça, enjoos, tonturas e vários outros danos. “Nossos próprios familiares estão evitando nos visitar. Tem dia que a gente não consegue sair da cama de tanta dor de cabeça”, concluiu Áquila.