Psicóloga Adélia Lara

Após a tragédia na Escola de Goiânia, o problema do bullying voltou a ser discutido em todo o Brasil. Em Patos de Minas, os casos são recorrentes e a psicóloga Adélia Lara Alves, que está se especializando nesta questão, fez um alerta. Ela destacou a importância da identificação e prevenção dos casos, informando que há várias vítimas na cidade.

Adélia Lara é psicóloga clínica e está se especializando em psicopedagogia. A área que ela vem estudando é o bullying, que acontece quando a vítima sofre de forma constante violência física ou psicológica trazendo diversos transtornos. Além de prejudicar a formação intelectual, a prática pode levar ao isolamento, depressão, suicídio e até mesmo homicídios como ocorridos na tragédia de Goiânia.

Ela ressaltou a importância de se identificar quando o filho ou o aluno está sendo vítima de bullying. “O professor pode se colocar no lugar do aluno e ver se aquela brincadeira seria aceitável. Com relação aos pais, eles podem identificar os abusos quando o filho tem resistência a ir para escola, baixa autoestima, humor rebaixado, etc”, contou.

Adélia ainda explicou que, a partir da ciência dos abusos, é preciso fazer uma investigação para saber quem seria o ofensor e buscar estratégias para que as ofensas sejam interrompidas. “É preciso que eles respeitem e tomem consciência do que estão fazendo. Infelizmente, as pessoas não dão muito valor a este problema e alguns acham que é brincadeira”, frisou.

A psicóloga ainda destacou que é muito difícil trabalhar mecanismos para que as vítimas se tornem imunes às ofensas. “Cada um possui uma personalidade e uma característica física que faz ela lidar melhor com certas situações. Algumas pessoas são mais tímidas e não conseguem reagir às ofensas e sentem um enorme sofrimento”, disse.

Ela destacou uma boa dica para verificar se a ocorrência trata-se de bullying ou é só uma brincadeira. “Quando todos estão se divertindo, mas o alvo das ofensas não, está caracterizado o bullying”, contou. E essa violência pode ser tanto psicológica quanto física. “Ameaçar, xingar, bater e entre outras atitudes configuram o crime”, contou.

Adélia destacou que a situação é recorrente e acontece em todas as escolas da cidade, tanto públicas ou particulares. Ela alertou pais e professores para a identificação no início do bullying para melhor solução.

A psicóloga informou que faz palestras para pais, alunos e professores para evitar a ocorrência do problema nas escolas da cidade. Ela orientou que, caso não seja possível a solução, um profissional deve ser procurado para evitar o sofrimento e até situações violentas como a que aconteceu na escola de Goiânia, em que um adolescente filho de policiais acabou disparando e atingindo vários colegas. O garoto estaria sendo chamado de “fedorento”.