Patos de Minas é responsável por 27% do total.

O número de Microempreendedores Individuais teve crescimento surpreendente em Patos de Minas no ano passado. Segundo levantamento feito pelo Sebrae de Minas Gerais, a cidade registrou aumento de 22% no número de pessoas formalizadas e passou a ter 8.500 Microempreendedores Individuais. Patos de Minas foi a cidade que apresentou maior crescimento na região.

Proprietários de bares, cabeleireiros, manicure e pedicure, promotores de venda e comerciantes de artigos de vestuário e acessórios estão entre as profissões com o maior número de Microempreendedores Individuais (MEI) formalizados em 2019. Juntas, as cinco ocupações representam cerca de 40% das 180 mil formalizações registradas em Minas Gerais, de janeiro a dezembro do último ano.

De acordo com o levantamento feito pelo Sebrae Minas, com base em dados do Portal do Empreendedor, a cidade de Patos de Minas foi a que mais cresceu em número de MEIs na região Alto Paranaíba e Noroeste do Estado, que engloba 50 municípios. De um total de 5.693 formalizações em toda a região, Patos de Minas é responsável por 27% do total, ou seja, 1.539 novos MEIs são da cidade. Em 2019, Patos registrou um aumento de 22% de pessoas formalizadas em relação a 2018, passando de 7.032 MEIs para 8.571.

Ricardo Junio de Andrade, de 30 anos, é um desses empreendedores. Largou a carreira na construção civil, onde atuava desde os 18 anos, e abriu um pequeno bar em um cômodo na casa de sua mãe. Ele conta que, mesmo antes de colocar a ideia em prática, optou por se formalizar como MEI. “Eu busquei o Sebrae no início de dezembro do ano passado e acabei me formalizando, pois eu queria ter um negócio em conformidade com as exigências da prefeitura, antes de abrir as portas”.

No ano passado, proprietário de bar foi a ocupação que mais obteve registro de MEI em Minas Gerais. Cerca de 25 mil pessoas se formalizaram nessa atividade. Outras 14,4 mil pessoas se registraram como cabelereiros, manicure e pedicure; 10,8 mil em promoção de vendas e 10,5 mil como pedreiros.

Outra atividade que também teve um aumento considerável no ano passado foi a do comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, com 10,4 mil pessoas registradas. Beatriz Caixeta Magalhães, de 25 anos, é uma delas. Mesmo formada em direito desde 2017, Beatriz decidiu apostar no empreendedorismo de corpo e alma. “Eu me formalizei em setembro de 2019, mas há dois anos eu venho buscando me preparar e fazendo cursos e oficinas do Sebrae para me certificar se era uma ideia viável”.

A loja, voltada para moda executiva feminina, com a comercialização de blazers e casacos, surgiu de uma necessidade quando ela estava se formando. “A ideia veio da dificuldade em encontrar essas peças na cidade, uma roupa mais formal, para uma reunião ou para uma formatura, como foi o meu caso. Então, com muito planejamento e dedicação, decidi abrir a loja no final do ano passado”.  Beatriz conta que o negócio está indo bem e caminhando para o registro de marca no INPI. “A minhas expectativas para 2020 são as melhores possíveis. Estou em busca de mais prospecção e efetivação do projeto”, comenta.

Para a analista do Sebrae Minas, Patrícia Rezende, a formalização e o registro de uma empresa possibilitam mais oportunidades e ganhos para o negócio. “Além dessas pessoas passarem a contribuir com o INSS, com um CNPJ em mãos elas podem emitir nota fiscal, comprar de grandes fornecedores e ter acesso ao crédito junto às instituições financeiras”. Segundo ela, desde a criação do MEI, em 2008, o número de pessoas registradas no país cresce a cada ano. Em 2019, somente o estado de Minas Gerais registrou mais de 1 milhão de Microempreendedores Individuais.