No Brasil, são registradas cerca de 68 mil mortes por AVC anualmente. ( Foto: Ascom Corpo de Bombeiros )

A morte da ex-primeira dama Marisa Letícia trouxe para os noticiários uma doença que é uma das principais causas de morte e sequelas no mundo e também no Brasil: o acidente vascular cerebral (AVC), conhecido popularmente como “derrame”.

No Brasil, são registradas cerca de 68 mil mortes por AVC anualmente. Apenas em Minas Gerais, o Corpo de Bombeiros Militar foi responsável por quase 900 atendimentos, com óbitos ou não, em 2016. Ou seja, um caso a cada 10 horas foi atendido pela corporação. O risco da doença é maior em pessoas acima dos 55 anos (nos mais jovens ela costuma estar associada a alterações genéticas), hipertensão arterial e diabetes. Segundo o Ministério da Saúde, o fumo é responsável por cerca de 25% das doenças vasculares, entre elas, o derrame cerebral.

De acordo com Sargento Marina Marçal, especialista em Atendimento Pré-hospitalar, o familiar ou acompanhante da vítima de AVC é peça fundamental para o seu socorro. “Tempo é cérebro. Uma vez que o quadro esteja instalado, a sua gravidade vai depender também da demora para a chegada ao hospital. Num AVC, se ela for socorrida em 10 minutos, por exemplo, as chances de danos cerebrais são menores. Quanto mais tempo, mais áreas cerebrais ficarão sem abastecimento de oxigênio e sangue, gerando mais sequelas e o óbito”, explica.

A Sargento explica, ainda, que quanto mais conhecimento dos protocolos de atendimento de AVC o familiar souber, melhor será o auxílio dos serviços de emergência. “É essa pessoa que vai ajudar o Corpo de Bombeiros Militar a identificar o problema e enviar o recurso adequado”, diz. Outra medida importante é que o familiar relate, no momento da chamada para o 193, qual foi a última vez em que viu o paciente sem os sintomas para que o socorrista avalie o nível de gravidade.

Prevenção

O AVC é causado por insuficiência no fluxo sanguíneo em uma determinada área do cérebro e tem diferentes causas: malformação arterial cerebral (aneurisma), hipertensão arterial, cardiopatia e tromboembolia (bloqueio da artéria pulmonar). Dentre as sequelas mais comuns estão a dificuldade na fala e paralisia de parte do corpo.

Há dois principais tipos de AVC: o isquêmico (85% dos casos), quando a obstrução dos vasos sanguíneos impede que o sangue chegue ao cérebro; e o hemorrágico, que causa hemorragia dentro do tecido cerebral. Os sintomas da doença são fraqueza ou paralisia de um lado do corpo, dificuldade para falar, perda de visão, além de alteração no nível de consciência (estado de torpor, como se a pessoa estivesse “grogue”). É possível que uma pessoa apresente o AVC mais de uma vez e a cada episódio, aumenta-se a predisposição para ter o próximo.

A prevenção é uma boa aliada. O controle da pressão arterial, diabetes, colesterol, triglicérides, doenças cardíacas, além de não fumar, ter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos são boas opções.

Aprenda a identificar os sinais básicos e mais comuns de um AVC (Escala de Cincinnati)

Fonte: Ascom Corpo de Bombeiros