Maria Luiza, Diretora de Proteção Social Especial e os abrigados da Casa de Promoção Humana.

Nossa reportagem foi até a Casa de Promoção Humana na tarde dessa quinta-feira (07) e conheceu a história de algumas pessoas que estão no local. São histórias de superação e de arrependimentos. Conhecemos também um pouco do trabalho que é feito na casa. Teve vários agradecimentos, troca de elogios e pedidos de perdão. Um dos atuais moradores da casa disse que o sonho é abraçar a mãe novamente.

A Casa de Promoção Humana funciona como uma espécie de abrigo para pessoas que não têm onde ficar. Na maioria das vezes, são migrantes que chegam à cidade e não têm dinheiro para pagar por uma hospedagem. A entidade é mantida por doações da comunidade e por verbas de subvenção do poder público. No conversamos com o Marcos Gonçalves de 33 anos que disse que a casa mudou sua vida. Segundo ele, quando já não lhe restava mais esperanças, ele encontrou uma oportunidade na casa de promoção humana.

“Eu perdi tudo o que eu tinha por causa das drogas e foi aqui, nesta casa, que consegui me recuperar e hoje eu sou outra pessoa”. Marquinho, como é carinhosamente chamado por todos na casa, contou que chegou o local pedindo ajuda e hoje está como coordenador do local.

Nós conversamos também com o Júlio César de Oliveira de 41 anos. Júlio contou que ficou muitos anos preso e também sofreu com o envolvimento com drogas. Ele contou que chegou na casa de promoção humana sem nenhum documento em mãos. Com a ajuda do pessoal da casa, ele conseguiu refazer os documentos e, o que mais chamou a atenção, é que Júlio possui CNH categoria D. Ele recebeu uma proposta de emprego em uma fazenda com promessa de tomar conta da frota de caminhões. Bastante emocionado, Júlio disse ainda que gostaria muito de abraçar a mãe e só não fez isso ainda por vergonha.

A casa de promoção humana recebeu também, um homem chamado Jorge Honondino Manoel de 58 anos. Ele possui certo distúrbio e o pessoal teve muito trabalho para conseguir se comunicar com ele. De acordo com a Diretora de Proteção Social Especial, Maria Luiza, quando Jorge chegou à casa, ela até pensou que ele fosse estrangeiro. “Nós não tínhamos nenhuma informação e também não conseguíamos compreender o que ele estava tentando dizer. Chegamos a pensar que ele fosse de outro país”. Maria contou que, após muita pesquisa e trabalho, conseguiu identifica-lo e aí sim deu início a buscas por sua família.

“A gente descobriu que ele é de Santa Catarina e que também passou em um abrigo por lá. Através disso, conseguimos o contato com a família dele e eles se recusam a recebê-lo de volta. Conversei com uma familiar e ela simplesmente ignorou minhas mensagens. Agora a gente está trabalhando para conseguir fazer com que ele volte para a terra dele”. Maria Luiza contou ainda que a casa é mantida pelo município e rebe doações da comunidade também. Ela aproveitou para agradecer a população e pedir para que todos tenham um olhar mais carinhoso para com as pessoas, pois todos merecem uma segunda chance.

Uma história que chamou muito a atenção da nossa reportagem foi a do Idelbrando Scuiziani de Souza de 42 anos. Depois que chegou à casa de promoção humana, Idelbrando conseguiu um emprego em uma pizzaria e essa semana, recebeu seu primeiro salário. “Eu vou poder encontrar um lugar pra eu recomeçar novamente, mas eu sempre vou vim aqui porque eu fiz grandes amigos.

Além disso, o homem ainda possui uma ferida no coração. Ele disse que seu maior sonho é reencontrar e abraçar novamente sua mãe. Idelbrando contou que aprontou bastante e que por isso a família o rejeitou. “Eu fiz muitas coisas erradas graças a assistência que a gente tem aqui, eu mudei. Eu quero muito olhar pra minha mãe, pedir perdão e dar um abraço nela” contou o rapaz com lágrimas nos olhos.