Nos fundos da Serralheria na rua José de Santana está preservada a “Forjaria Santa Inês”.

Aos 83 anos, o senhor Osmar Elias da Silva ainda levanta cedo e segue para o trabalho que garantiu o sustento e a formação dos seis filhos. Nos fundos da Serralheria na rua José de Santana está preservada a “Forjaria Santa Inês”. Agora, além de produzir, o ferreiro mais antigo em atividade na região também dedica parte do tempo para ensinar o ofício.

O senhor Osmar Elias nasceu em 1935 na cidade de Abaeté e, depois de muito trabalho na roça, decidiu tentar uma vida melhor. Ele explica que se apaixonou pela profissão assim que chegou a Patos de Minas com 21 anos de idade e foi procurar emprego na Oficina do Pereira. Era a única da região e fazia de tudo, foice, facão e marca de gado, que ele garante ter se tornado mestre.

A Oficina do Pereira já não existe mais, mas o senhor Osmar Elias não conseguiu abandonar a profissão. Aliás, parte dos equipamentos usados para aprender o ofício o acompanha até hoje. O enorme Martelete tem mais de 80 anos. O esmeril e furadeira também são da época do início da carreira e são mantidos em perfeito estado de conservação.

O serviço não é fácil, exige habilidade, paciência, mas o senhor Osmar Elias garante que vale a pena. Segundo ele, com a escassez de ferreiros, a profissão voltou a ser valorizada. Alavancas e marcas de gado são as ferramentas mais procuradas. O preço varia e não é tão competitivo quanto o da indústria, mas o senhor Osmar explica que a qualidade e durabilidade não têm comparação.

Apaixonado pelo ofício, o senhor Osmar continua trabalhando e investindo no ensinamento aos filhos para não deixar que a profissão fique no esquecimento.

Autor: Maurício Rocha