Sede da Fazenda Experimental Sertãozinho da EPAMIG (FEST).

Criada em 1937, através do programa governamental de fomento da triticultura nacional, a Fazenda Experimental Sertãozinho da EPAMIG (FEST), é referência em pesquisas de trigo e soja, além de estudos na região do Alto Paranaíba de feijão, arroz e algodão, realizados em conjunto com Embrapa, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Lavras (Ufla) e Cooperativa Agropecuária do Alto Paranaíba (Coopadap).

Diversas pesquisas de melhoramento genético do trigo foram desenvolvidas nesta Unidade. Duas variedades recomendadas para cultivo em sequeiro, a MG1 Aliança e a MGS Brilhante, foram desenvolvidas a partir dos estudos de seleção na Fazenda de Sertãozinho. O controle da Brusone no trigo, doença causada pelo fungo Pyricularia grisea e que reduz a produtividade deste cereal quando cultivado em regiões tropicais, também é alvo de estudos da FEST.

A EPAMIG ainda conduz nesta Fazenda experimentos com variedades de soja adaptadas ao cultivo nos estados de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso. Esse trabalho é realizado por meio do Programa de Melhoramento da Soja, em parceria com a Embrapa e Fundação Triângulo e com o apoio de empresas produtoras de sementes da região. “A cultivar de soja convencional, a MG/BR 46 Conquista, é um bom exemplo de resultados dessa pesquisa. A Conquista é a variedade mais plantada em Minas e Mato Grosso nos últimos 10 anos”, afirma o pesquisador da EPAMIG, Maurício Coelho.

Estudos de novas cultivares de arroz de várzea e terras altas em Minas Gerais são realizados há mais de 30 anos na Fazenda. Dezenas de cultivares de arroz foram adaptadas e disponibilizadas aos produtores mineiros, como as cultivares Conai, Predileta, Caravera e Relâmpago. Recentemente, foram lançadas as cultivares BRSMG Caçula e BRSMG Rubelita. Essas variedades foram testadas em Patos de Minas para avaliação de adaptabilidade na região e obtiveram excelente produtividade.

Por meio do Programa de Melhoramento Genético do Feijoeiro em Minas Gerais foram desenvolvidas novas cultivares adaptadas para as diversas do estado. As cultivares tradicionais como, Ouro-Negro, e mais recentemente Ouro-Vermelho, BRSMG Majestoso e BRSMG Madrepérola foram frutos deste trabalho de pesquisa, com participação efetiva da Fazenda Experimental de Sertãozinho.

Trigo para o Cerrado

O consumo de trigo em Minas Gerais está estimado em 900 mil toneladas ao ano, cerca de dez vezes mais que a produção a ser colhida na safra de 2014 – aproximadamente 119 mil toneladas. “É preciso compreender que a cultura apresenta viabilidade técnica, econômica e competitividade para se expandir no Estado. Temos condições favoráveis de clima e solo à triticultura principalmente nas Regiões Sul, Centro-Oeste, Noroeste e Triângulo Mineiro, possibilitando colheita de um produto de qualidade superior a aquele colhido nos principais estados produtores como Rio Grande do Sul e Paraná”, afirma. Maurício explica que a EPAMIG, juntamente, com parcerias públicas e privadas tem desenvolvido trabalhos para consolidar a cadeia do trigo no Estado.

Estações metereológica e de sismologia

Desde 1947 a Fazenda abriga a Estação Meteorológica do Instituto Nacional de Metereologia (INMET), implantada com a finalidade de coletar diariamente informações do tempo (precipitação, temperatura, umidade relativa do ar) para a região de Patos de Minas. Essas informações permitem que o INMET elabore e divulgue em nível nacional previsão do tempo, avisos e boletins meteorológicos especiais, além da realização de estudos e levantamentos meteorológicos e climatológicos aplicados à agricultura. Os dados coletados pela rede de estações do INMET podem ser acessados através da página www.inmet.gov.br .

Em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) foi implantada em 2010 uma Estação Sismológica para detecção e avaliação de tremores de terra.  Desde a sua implantação foi possível obter informações de tremores em vários estado do Brasil. Devido à sua posição favorável, em local rochoso de alta sensibilidade, esta estação transmite dados em tempo real para a sede do Centro de Sismologia da USP e tem contribuído bastante para a elaboração do Boletim Sísmico Brasileiro, com registros de muitos eventos sísmicos de magnitudes baixas e moderadas, ocorridos em vários estados do Brasil. Os dados desta estação têm sido utilizados para avaliação dos pequenos tremores ocorridos em Montes Claros (MG) nos últimos anos. Esta estação também colabora com grandes centros internacionais de sismologia dos Estados Unidos e do Reino Unido com o envio de informações sobre terremotos que acontecem em todo o planeta.

Também são realizados na Fazenda estudos de geomagnetismo, através da Estação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), baseados na realização de medidas das variações temporais do campo magnético terrestre observadas na superfície da Terra.

Fonte: Divulgação EPAMIG