Policiais da Delegacia de Homicídios de Patos de Minas prenderam na manhã desta segunda-feira (18), o médico Oftalmologista Daniel Tolentino. Ele estava no hotel com a dentista Roberta Pacheco na madrugada do dia 05 de março, quando a jovem de 22 anos teve convulsões e foi internada em coma e com parada cardiorrespiratória. Roberta permaneceu internada por 12 dias e morreu no início da tarde deste domingo (17).  No mesmo dia, o Ministério Público pediu a prisão do médico.

O mandado de prisão expedido pela Justiça foi cumprido nesta manhã. O médico Daniel Tolentino foi preso na casa de familiares no centro de Patos de Minas. A prisão temporária, como nesse caso, se houver comprovação, trata-se de crime hediondo, o prazo é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços atribuídos ao médico.

Daniel chegou acompanhado pelos policiais civis, que trouxeram também os objetos nos imóveis. Entre os materiais encontrados estão dois telefones celulares, o do médico e outro que ele não soube dizer a quem pertence, dois notebooks, um estava na casa e outro no consultório do médico e alguns medicamentos que serão analisados. O telefone celular da dentista continua desaparecido.

Daniel Tolentino não quis falar em sua chegada. O delegado de homicídios Erico Rodovalho e o promotor de Justiça Paulo César Freitas acompanharam a prisão.

Entenda o caso

Roberta foi socorrida na madrugada de terça-feira (05) quando estava em um hotel nas proximidades do Terminal Rodoviário. Ela sofreu convulsões e chegou a ter parada cardiorrespiratória. De acordo com a ocorrência policial, o médico, Daniel Tolentino de Sousa, relatou que ela começou a se sentir mal durante o ato sexual e que, ao ver a situação, se desesperou e a arrastou pelo braço até o corredor do hotel, gritando por socorro. Ele também disse que começou as manobras para reanimá-la. O médico contou também que ela havia ingerido xeque-mate, uma mistura de vodca com chá mate, e negou ter medicado a namorada. Daniel Tolentino relatou aos policiais que havia colocado o celular em uma bolsa dela.

Conforme está na ocorrência policial, o porteiro do hotel disse que o médico havia se hospedado no hotel pela manhã e Roberta chegou pela noite na companhia dele, tranquilos sem aparência de terem bebido. Por volta das 2h00, ele saiu e foi até o carro buscar algo que não soube precisar. Por volta das 3h00, ouviu os pedidos de socorro, tendo subido ao apartamento para verificar o que havia acontecido.

Ainda conforme o registro policial, o porteiro também relatou que havia percebido que sobre a cama havia vários objetos usados em práticas sexuais, sendo que Roberta estava com um par de algemas em um dos braços na hora do socorro. A testemunha contou que não viu drogas, bebidas ou algum tipo de medicação no quarto. E os dois hóspedes haviam consumido apenas água mineral e refrigerantes do frigobar.

A Polícia Civil abriu um inquérito e tudo está sendo verificado pelo Delegado de Homicídios Érico Rodovalho. Foram feitos os exames toxicológicos e periciais no corpo da jovem. O corpo de Roberta apresentava hematomas que, conforme a família, podem ser de agressões provocadas pelo médico. O policial confirmou que houve realmente uma mensagem da dentista para uma amiga clamando para que a buscasse.

A jovem Roberta Pacheco, formada em odontologia recentemente, faleceu na tarde desse domingo (17).