Um dos pacientes foi atendido por uma equipe médica no SAMU.

As marcas das agressões ficaram estampadas no corpo do paciente. Debaixo do braço, o tapa foi tão forte que deixou o sinal da mão. O espancamento durante a madrugada fez com que outro paciente da Clínica enfrentasse o cachorro bravo do vizinho para pedir socorro. Foi assim que os familiares descobriram o que estava ocorrendo no local.

A Clínica fica na comunidade de São João, próximo à localidade de Baixadinha, zona rural de Patos de Minas. O local abrigava três pacientes, dois irmãos com esquizofrenia e uma mulher cadeirante. As sobrinhas  informaram que pagavam R$ 1.200,00 por mês para manter cada um dos dois tios internados na Clínica e que não esperavam encontrar tal situação.

Ao serem avisadas pelo vizinho, elas foram para o local e acionaram a Polícia Militar. A Clínica estava com o portão aberto. Só os pacientes estavam presentes. Os familiares reclamaram das condições precárias do lugar. Os quartos estavam sujos e com banheiro entupido. A qualidade da alimentação também foi questionada. Vizinhos relataram que socorriam os pacientes com alimentos constantemente. José Eustáquio contou por que decidiu pedir ajuda.

Dois homens que seriam os cuidadores da casa chegaram pouco depois. Eles foram apontados como sendo os autores das agressões e acabaram sendo presos em flagrante. Os dois homens informaram aos policiais, no entanto, que não recebiam salários e que cuidavam dos internos apenas para ter onde morar.

O paciente que havia sido alvo das agressões estava bastante agitado. Sem tomar os medicamentos, ele falava o tempo todo e ficava agressivo. O homem de 45 anos se acalmou com a chegada do Samu e aplicação de insulina. Diabético, ele passou por teste de glicemia que marcou 507, enquanto o normal é abaixo de 100. O paciente foi encaminhado para a UPA para receber cuidados médicos.

José Eustáquio foi levado para a casa de parentes. A mulher que estava internada na Clínica é da cidade de Coromandel. Os parentes foram avisados. Ela foi levada para um abrigo em Patos de Minas até que os familiares pudessem vir buscar. De acordo com a Polícia Militar, o proprietário da Clínica se apresentou mais tarde e também foi conduzido para a Delegacia da Polícia Civil. Ele disse que estava fechando a clínica e que já havia comunicado os familiares para buscar os pacientes.

Autor: Maurício Rocha