Uma equipe de engenheiros brasileiros venceu o Clash Bots, um campeonato internacional de lutas de robôs, realizado na China. O torneio é um reality showtransmitido pela plataforma de vídeos online iQiyi, que tem uma base de 500 milhões de assinantes. Para ganhar o prêmio de R$ 400 mil, o grupo disputou com outros 34 robôs, sendo 21 chineses, além de competidores da Inglaterra, Estados Unidos, Índia e Rússia.

O Dark Wolf, robô brasileiro, participou de 14 lutas no total. Um dos membros da equipe, o engenheiro mecânico Murilo Marin, conta que o grupo tinha que se desdobrar para conseguir recuperar a máquina dos danos sofridos após cada duelo em tempo para a etapa seguinte. “Fizemos cinco lutas em dois dias seguidos. Lutas muito difíceis, onde o robô saiu avariado muitas vezes. Então tivemos cinco manutenções cansativas de 5 horas de duração cada. Muita tensão, gravando até de madrugada. Chegávamos às 8h da manhã e saíamos às 3h da madrugada do dia seguinte, exaustos”, relembra.

Os combates

As lutas acontecem em uma arena cercada por vidro blindado em rounds de no máximo 3 minutos. As vitórias são por nocaute, quando um dos robôs perde a capacidade de se movimentar, ou por decisão dos juízes.

Durante o embate, a máquina é operada por dois controladores, sendo que um cuida da locomoção e outro da arma. No caso do Dark Wolf, trata-se uma peça de 30 quilos (kg) de aço temperado com formato semelhante à de uma picareta, com a capacidade de girar a uma velocidade de 3.200 rotações por minuto. Foi com esse instrumento que os brasileiros derrotaram o robô chinês Toxic Fangs. O golpe certeiro lançou o adversário para o outro lado do ringue, levando-o a nocaute.

“Era um robô chinês de um renomado professor de universidade, e era o robô mais caro da competição”, disse Marin. A máquina brasileira custou R$ 75 mil financiados pela organização do próprio reality show. Nas outras competições não há qualquer tipo de ajuda financeira aos participantes.

Dark Wolf

Pesando 110 kg, o Dark Wolf é uma versão maior da máquina usada pela equipe para conquistar o segundo lugar no campeonato brasileiro, em 2016, e terceiro no prêmio mundial, em 2017. Assim como nas competições esportivas de luta tradicionais, os campeonatos de disputa com máquinas são divididos por categoriais de pesos. O torneio da China aconteceu na maior categoria existente. O Bugalele, robô anterior do grupo, é um peso leve, com 27,2 kg.

A equipe brasileira Ogrobots tem sede em Sorocaba, interior paulista, e foi montada em 2013, com egressos da Universidade Federal de Itajubá (MG) que participavam do circuito universitário de combate de robôs. Foram à China sete engenheiros. Além de Murilo, de 26 anos, fazem parte Renan Rosa Martines (27 anos); Filipi Luz (25); Gustavo Marcelino da Silva (24); Felipe Cagnani (34); Expedito de Barros Junior (27) e Vinicius Su Pei Cheny (24).

Fonte: Agência Brasil