Bispo Dom Cláudio Nori Sturn (Foto: Arquivo Patos Hoje)

O Supremo Tribunal Federal irá decidir se o aborto continua sendo crime no Brasil ou se a prática será descriminalizada. Vários representantes de entidades e especialistas foram ouvidos pelos ministros. Em Patos de Minas, defendendo a posição da Igreja Católica, o Bispo Dom Cláudio Nori Sturn iniciou uma mobilização dos fiéis de toda a região.

Uma notícia foi publicada no site da Diocese de Patos de Minas mobilizando os fiéis para a coleta de assinaturas. O bispo orientou a população a apoiar o Movimento Nacional da cidadania Pela Vida que é contra o aborto. O movimento vem colhendo assinaturas de pessoas que são contra a prática em todo Brasil e, em Patos de Minas, o Bispo pediu ajuda para que sejam desfavoráveis à prática abortiva.

Segundo o Bispo, em conversa com nossa equipe de reportagem, a posição da igreja quanto ao tema é bastante clara e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB vem enfatizando, dia após dia, a sua manifestação em prol da vida. “Esse assunto está muito claro, basta as pessoas pesquisarem, a igreja não pode ser à favor de coisas desse tipo, tirar uma vida nunca é o melhor caminho”, concluiu.

Ele conscientiza e pede para que os fiéis ajudem a colher o máximo de assinaturas possíveis. As assinaturas têm como finalidade, mostrar para as autoridades a vontade da população e vão para o Estatuto do Nascituro que define os direitos da criança ainda não nascida, assim como da gestante. Para participar da campanha a pessoa pode imprimir a folha de coleta de assinaturas e, após a coleta, enviar para a Direção do Movimento Brasil sem Aborto.

Entenda o que pode acontecer no STF

Uma das diversas opções possíveis para escolha de Rosa Weber é a de considerar que a Corte Suprema não é a instância que deve decidir sobre a descriminalização do aborto, procedimento que hoje é permitido apenas em casos específicos - quando há risco de vida para a mulher ou para o bebê, em casos de estupro e de anencefalia do feto. Qualquer outra situação, o Código Penal classifica de crime, com pena de um a três anos.

Rosa Weber também pode acatar totalmente ou parcialmente e até descartar a ação. De um lado, ela tem ouvido como o principal argumento em defesa da descriminalização que métodos clandestinos são realizados anualmente deixando centenas de vítimas. Números do Ministério da Saúde revelam que, entre 2006 e 2015, mais de 700 mulheres morreram por complicações causadas por aborto, colocando o procedimento como a quarta causa de mortalidade materna no país.

Outros levantamentos retratam uma realidade ainda mais alarmante, como a Pesquisa Nacional de Aborto (PNA), realizada em 2016 pelo Anis Instituto de Bioética e pela Universidade de Brasília (UnB), segundo a qual uma em cada cinco mulheres submeteu-se, até os 40 anos, a pelo menos um aborto. Ainda de acordo com a pesquisa, em 2015, 417 mil mulheres nas áreas urbanas do Brasil interromperam a gravidez.

Em contraposição aos que defendem a descriminalização do aborto, líderes religiosos, alguns médicos e especialistas questionaram esses números. Alguns deles chegaram a afirmar que as pesquisas são tendenciosas e sujeitas a conflitos de interesse, por terem sido realizadas e financiadas por pessoas e organizações que defendem a mudança.