Um quadro exposto no Novo Fórum de Patos de Minas ganhou uma polêmica nos últimos dias. O quadro que sugere a parte íntima de uma mulher em forma da Bandeira do Estado de Minas Gerais ganhou vários significados pelos expectadores: de desrespeito ao símbolo estadual à libertinagem feminina.  No entanto, surpresa com a repercussão, a artista patense Gisele Tavares, autora da obra, ressaltou que a intenção foi diferente.

O quadro foi exposto no dia 09 de abril nos corredores do andar térreo do Fórum, ao lado de várias outras pinturas com temáticas diversificadas. Gisele explicou que a obra foi produzida para o mês da mulher. “Primeiro, a pintura feita em tela e tinta acrílica foi exposta no Pátio Central Shopping, apenas este mês foi para o Fórum”, disse. Ela destacou que o objetivo foi mostrar a opressão que muitas mulheres sofrem nos dias atuais.

Ela ressaltou a questão da violência contra a mulher em Patos de Minas e também a nível estadual. “Uma mulher é agredida a cada 4 minutos em Minas Gerais. Já está na hora de haver a liberdade feminina. Já tivemos várias mulheres em posições de destaque, mas os salários mais baixos continuam. A arte não serve apenas para decorar ambientes. O artista e sua arte devem ter função social e estar atento à realidade”, destacou.

Um pouco constrangida, Gisele confessou que já foi vítima de agressão. “Tenho uma filha de dois anos e acabei de gerar mais uma menina. A intenção também é de deixar um mundo mais igual para elas. A realidade é opressora e muitas vezes a sociedade tem resistência em aceitar. Até a liberdade de expressão nos dias de hoje está sofrendo. É comum ver jornalistas sendo agredidos ao tentar fazer uma reportagem”, contou.

Nas redes socais, a obra ganhou diversos significados. Teve gente que não achou nada demais. Contudo houve casos em que as reflexões foram além e consideraram a pintura bastante ofensiva. Teve gente que interpretou o quadro como uma busca pela liberdade sexual da mulher, como se ela tivesse buscando a “libertinagem”. A jornalista Isis Correa destacou que muitas pessoas têm o hábito de julgar sem saber e podem se sentir ofendidas.

Gisele Tavares, que também é professora de artes e artesanato no Cristavo, reforçou a intenção ao criar a pintura. “Foi uma forma de lutar contra os preconceitos sofridos pelas mulheres”, concluiu. As pessoas que desejarem saber mais sobre a pintura ou pretenderem adquirir o quadro podem entrar em contato através dos celulares (34) 9 9186 8651 (CTBC) ou (34) 9 9774 7834 (TIM).