André Mendonça, o terrivelmente evangélico, finalmente foi premiado com uma vaga no STF por sua lealdade canina ao clã Bolsonaro. Enquanto usurpava as funções de Ministro da Justiça e Advogado Geral da União, Mendonça perseguiu funcionários públicos antifascistas e usou a Lei de Segurança Nacional para atacar jornalistas e opositores do bolsonarismo. No fim das contas Mendonça fez tudo que seu messias ungido desejava e mandava. 

                 Quem mais se alegrou com a aprovação de Mendonça foi a Primeira Dama “Micheque”, em êxtase ela pulou, gritou glória a Deus, falou em línguas estranhas e celebrou a grande vitória. Mas não pensem que Micheque estava feliz apenas devido ao fato de Mendonça ser terrivelmente evangélico e representar o projeto de transformar o Brasil numa teocracia pentecostal. A grande felicidade da primeira dama da rachadinha se deve muito mais ao fato de Mendonça herdar os processos de seu antecessor, dentre eles, o processo que envolve os cheques de R$ 89 mil depositados na conta dela por Fabrício Queiroz. 

                Mas o maior beneficiário desse teatro grotesco é o presidente. Bolsonaro conseguiu manter ao seu lado uma boa parcela dos evangélicos com a indicação de Mendonça. Com popularidade caindo resta ao presidente fazer sua demagogia no seu reduto mais promissor, as igrejas evangélicas. Outros que também ganharão muito com isso são os grandes pastores, que em sua maioria possuem problemas com a lei e o fisco, mas são donos de muitas propriedades e redes de televisão e rádio. Para esses fariseus modernos, ter um ministro no Supremo Tribunal Federal pode ser de grande valia. Imagine que algum desses pastores precise de uma liminar para abrir mais um canal de televisão, ou abrir igrejas no meio de uma pandemia mortal, então eles poderiam contar com o Mendonça!

               Meus queridos essa história de ministro “terrivelmente evangélico” nada tem a ver com o evangelho, tudo não passa de um sórdido jogo de interesses de grupos poderosos, sendo feito em “nome de Jesus”! Aliás o próprio Cristo afirmava que seu Reino não era deste mundo, e quem leu os evangelhos pode afirmar que Jesus nunca se meteu na política de César ou de Herodes. Ao enfiarem o nome do Jesus nessa politicagem abjeta, o bolsonarismo acrescenta mais um pecado a sua longa lista ao usar o nome santo em vão!