Pesquisar, falar e escrever sobre a sexualidade é, sem dúvida, mexer nas feridas de uma sociedade cheia de normas e conservadorismo.  Quanto mais arraigada está a dor de uma sexualidade mal resolvida, mais incomodada a pessoa  sente-se ao entrar em contato com esse assunto.   As reações são as mais diversas: vão desde o sentimento de medo, pecado, vergonha até sentimentos de inferioridade, impotência, insatisfação e confusão. 

Não sei o que há dentro de cada um que lê um conteúdo informativo  que desmitifica mitos e tabus  acerca da sexualidade, mas sei que, ao absorver esse  assunto,  abrem-se em muitos  as cascas dessas feridas, e elas voltam a sangrar.
 
O ideal seria que, a cada linha lida, as pessoas sentissem-se mais leves, informadas e aptas a viverem sua sexualidade de maneira livre e prazerosa. Porém, na maioria das vezes, o assunto desce garganta abaixo, arranhando o peito em forma de vergonha e repúdio.  

Tentar encaixar a sexualidade dentro de um padrão moral e conservador é tentar tolher a sua plenitude. 

Uma coisa eu posso afirmar com toda certeza: a sexualidade é um dos temas de maior interesse da humanidade, alguns se interessam muito exatamente por serem livres de preconceitos e tabus; outros, para libertarem-se!!!

Então, queridos leitores, quando deixarem comentários ácidos aqui, saibam que eles falam mais sobre vocês do que sobre o texto em si, e, sempre que expurgarem suas asneiras,  eu saberei que arranquei algumas cascas aí.

Um pesquisador traz os fatos e ponto, mas as feridas internas, as dúvidas existenciais, seu espanto e seu escárnio sobre o assunto falam mais sobre você do que você possa imaginar.

A história da sexologia mostra que escrever sobre sexualidade, mitos, crenças e normas de comportamentos sexuais faz o leitor questionar dogmas socialmente estabelecidos; e vamos concordar que discutir iniquidades não é tarefa fácil do ponto de vista social.

Durmam com esse barulho!

@carlageane