É início de noite de um final de semana de novembro, ano 2021. A temperatura está amena devido à chuva que caiu à tarde. A escuridão já inunda a Terra; minhas cachorrinhas já me intimam a levá-las para passear na orla da Lagoa Grande, como ocorre desde o início da Pandemia: não há explicação que as desistam do intento.

 

           Calço meus tênis, coloco a coleira em cada uma. Saio com elas cheirando cada centímetro quadrado da vizinhança, e eu tendo que interromper a caminhada para elas saciarem a sua curiosidade nasal.

Passo a observar as casas pelas quais passamos, algumas cercadas por grades, outras por muros. O silêncio me chama a atenção uma vez que é um final de semana. Penso, onde estão as pessoas se confraternizando, rindo, ouvindo músicas e conversando alegremente? Ah! A Pandemia! As mais de 610.000 mortes!

 

           Observo que, além do silêncio, a escuridão toma conta da vizinhança: as poucas casas que possuem luzes acesas estão apenas com as internas ligadas. A iluminação da rua vem apenas dos poucos postes iluminados, separados, não sei por que, a uma distância maior do que a necessária para manter a caminhada segura. Lembro que estamos na última semana de novembro, com dezembro e o Natal batendo às portas!

No centro da cidade as lojas já estão decoradas com luzes e Papais Noeis carregando os seus sacos de presentes, vermelhos. Mas não no meu bairro de classe média baixa: não há luzes de Natal, não há árvores comemorativas, não há churrasco, não há amigos alegres brindando a vida! Não há luz externa acesa!

            Ouço uma voz, vindo de dentro de uma casa, de uma mãe ralhando com seu filho que está com as luzes do quarto acesas desnecessariamente. A economia se tornou imprescindível nos dias atuais. Volto a lembrar da Pandemia: a energia está cara, a água está cara, o gás está caro! O emprego está difícil! Tem que economizar mesmo!

 

             Para todo o lado que ando vejo o mesmo cenário, dá tristeza! Somos um povo alegre que, mesmo nos piores momentos do país não nos deixamos abater. Seria a Peste que se abateu sobre a Humanidade a única causadora da situação que vivemos no Brasil atualmente? Será que as autoridades responsáveis por nós, sim, PAGADORES de IMPOSTOS, não seriam os maiores causadores da atual situação? 

 

             Pagamos, compulsoriamente, os nossos IMPOSTOS por anos e anos, a cada pacote de arroz que compramos, a cada talão de energia que pagamos, a cada roupa que adquirimos. A arrecadação do ano de 2021 passou de R$ 2.000.000.000,00 (dois TRILHÕES de Reais), até o presente mês! 

 

              O Brasil é um país rico, com um povo trabalhador, honesto em sua maioria que, infelizmente, vive ao sabor dos donos do poder, os políticos. Nos meus 57 anos de vida nunca presenciei um governo que despreza tanto os mais necessitados, os mais pobres, em benefício dos banqueiros e os donos do dinheiro. O Auxílio Emergencial não foi uma benesse dos donos do poder, pagamos impostos para isso, senão para que servem os governos? Esse benefício tem que ser mantido para os mais necessitados! 

 

               Somos 56% de pretos e pardos e somos governados por brancos abastados que nunca passaram pelas limitações e mazelas que aqueles que vêm de baixo tiveram que enfrentar. É hora de repensarmos nossos votos: votemos em PARDOS e PRETOS! Vamos renovar o Congresso Nacional, retirar os que vêm, há anos e anos, nababescamente esbanjando o DINHEIRO PÚBLICO que, na verdade, é NOSSO!